Não podemos aceitar a violência


No dia 25 de novembro, conhecido como o Dia Internacional da Não Violência Contra à Mulher, aconteceu o evento “Mulheres em Foco: violência de gênero em debate”, na Universidade Federal de Viçosa. Contando com falas da Pró Reitora de Assuntos Comunitários, Viviani Lírio, e a Defensora Pública, Doutora Ana Flávia Diniz, o debate teve início às 10h00 com a pauta “Perspectivas e desafios no enfrentamento à violência de gênero em Viçosa”.

“Não aceitar uma violência é o primeiro passo”, foi a frase que iniciou o discurso de Viviani. Questionada sobre a violência dentro da UFV, ela relata: “acontecem de 2 a 3 casos por ano contra a mulher dentro da Universidade. O último foi um arrombamento, a pesadas, da porta de um alojamento, pelo namorado da estudante. O caso já está sendo investigado”.

Ana Flávia Diniz complementa o discurso falando da Casa das Mulheres, projeto desenvolvido através do PROEXT, em parceria com estudantes e voluntárias da cidade, que atendem e amparam as mulheres vítimas de violência doméstica na cidade. “Segunda, depois do final de semana, e quinta-feira, depois do jogo de quarta, são os dias que realizamos mais atendimentos. Tudo é motivo de violência, qualquer coisa pode ser o estopim”. São atendidas, em média, quatro mulheres por dia. “Viçosa só perde para Belo Horizonte no número de ocorrências registradas em Minas Gerais”. A Casa funciona de segunda a sexta feira, das 8h às 17h00.

Outras pautas também entraram em debate durante o dia, como a ideia da violência como forma de amor. “A violência contra a mulher é algo muito mais próximo do que a gente imagina. Pode estar acontecendo agora, em qualquer lugar”. A solidão e a hipersexualização da mulher negra, também foram retomadas pelo NEAB: “A mulher negra está abaixo da pirâmide social. Queremos ascensão no trabalho, não queremos ser apenas destinadas para subempregos”. Outra participante da roda de conversa, relatou: “Sempre íamos eu e uma turma de amigos, alguns negros, no shopping de São Paulo. Esses amigos negros se distanciavam e enquanto todos os seguranças iam atrás deles, nós roubávamos várias figurinhas da loja. Aos 11 anos a gente não tem a mínima ideia do que é isso, mas já pratica”.

O evento contou com a exibição do documentário “O silêncio das inocentes”, que conta a história da criação da Lei Maria da Penha e da luta das mulheres contra violência doméstica e familiar”, e finalizou com um debate sobre a Lei PL5069, que prevê maior rigor ao aborto: a mulher poderá não receber a pílula do dia seguinte e pessoas consideradas envolvidas no processo abortivo, receberão pena de prisão de seis meses a dois anos.

Anônimo

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