"O negro não tem visibilidade na UFV"

Foto Amanda Carneiro
Entre os dias 16 e 21 de novembro, aconteceu a Semana da Consciência Negra, na Universidade Federal de Viçosa. Entre conversas, apresentações de dança e a marcha das mulheres negras, no dia 16, a roda de conversa “Para além das Quatro Pilastras: relatos de experiência de mulheres negras viçosenses”, trouxe o relato de Edilene Jerônimo, estudante de Ciências Sociais da UFV, e viçosense.

Negra, ela põe em pauta: “A maior dificuldade são as pessoas te olharem de uma forma diferente. Você precisa provar, o tempo todo, que é capaz. É para mostrar o potencial que você tem, tem que ser dez vezes melhor que o homem branco. Minha dificuldade por ser negra não passou e não vai passar”. Alisar o cabelo é, muitas vezes, obrigação da mulher negra: “Você pode ser negro, mas você não pode assumir sua cultura. A partir do momento que você sai dos padrões, é mal vista”.

Questionada por uma das pessoas da roda de conversa sobre o preconceito na UFV, ela responde: “O negro não tem visibilidade dentro da UFV, a Universidade nunca abriu as portas para esse tipo de evento, então já é uma vitória”. Além de Edilene, outras mulheres relataram suas experiências por serem negras em Viçosa. Desde estupro, a dificuldade de encontrar trabalho, até a solidão da mulher negra – que muitas vezes é vista como mero “objeto sexual” também foram discutidos na sala.

Anônimo

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